Ah…Uruguaiana
Que encanto tem essa tua terra?
Porque por mais que a gente saia de ti,
tu nunca sai de dentro de nós.

Talvez seja por causa dessa tua geografia singular,
onde somente em teu horizonte é possível ver o sol beijar os campos ao final de um dia.

Quem sabe porque as tuas ruas,
retas e largas,
planejadas lá no século dezenove pelos líderes farroupilhas,
ainda continuem sendo um convite para se percorrer suas
quadras, onde os antigos casarões neocoloniais,
que permaneceram imponentes, se confundem com os jovens e luminosos prédios dos free shops
que hoje fortalecem a nossa economia e atraem milhares de turistas?

Pode ser que seja pelo fato de que tu Uruguaiana , te relaciona com quase toda a grande história da América e do Brasil.
Afinal, foi terra habitada por índios solo da experiência missioneira, jesuítica conquistada e disputada por espanhóis e portugueses,
Campos onde se desenvolveram as grandes distâncias que deram origem à figura desse ser todo único que é o gaúcho

A Uruguaiana, nascida dentro da Revolução Farroupilha e reconquistada com coragem durante a Guerra do Paraguai,
construída pelas mãos dos negros,
povoada e ampliada por portugueses,
espanhóis, franceses, italianos, alemães e árabes que por aqui passaram e acabaram permanecendo para formar esta gênese que hoje tem a honra de chamar Uruguaianense,
o uruguaianense hospitaleiro e amistoso o fronteiriço que é
vizinho e até irmão de argentinos e uruguaios.

O uruguaianense que ama aquela bolacha dobrada,
o doce de leite e o queijo que ganhou o Brasil e que não
dispensa seus próprios vinhos uruguaianense que contempla as suas enormes e belas lavouras de arroz, que é orgulhoso pela genética de alta qualidade na pecuária de corte, lã e pelo melhor cavalo crioulo das Américas,
Uruguaianense que estuda na sua Unipampa e que, quando precisa é bem acolhido pela Santa Casa,
O uruguaianense que desfila vaidoso no seu carnaval, que é um dos maiores do Brasil e que torce de forma incontida para a Associação, a Celemaster e a LUBA nos jogos que lotam o Schmittão.

O uruguaianense da Califórnia da Canção Nativa, responsável pelo resgate do nativismo gaúcho,
O uruguaianense da Feira do Livro e do passeio de domingo,
com seu chimarrão na Praça do Barão,
Uruguaianense da feira gastronômica, do xis, da cerveja artesanal.
Uruguaianense do fim de tarde, no velho Rio Uruguai…

Por isso, por mais que a gente saia de ti e até mesmo dê a volta ao mundo.
Em qualquer lugar que se vá, vira e mexe, sempre haverá uma lembrança que nos fará sentir vontade de voltar para viver, ou pelo menos reviver aquilo que somente tu nos dá Uruguaiana,
…as alegrias…

Texto: Professor Pedro Duarte